terça-feira, 16 de setembro de 2008

Sem CPFM, como ficam as vendas?


O governo brasileiro está se especializando em “tampar o sol com a peneira”. Pelo menos é o que dá a entender com a questão do fim da CPMF. Sai o imposto e entram os aumentos das alíquotas de outros tributos e contribuições. Resultado: nada de mudança. Vamos pagar de qualquer jeito.
Após o resultado da votação do Senado, o governo pretende reajustar outras cargas tributárias como os Impostos sobre Operações Financeiras (IOF), os tributos que incidem sobre as importações e exportações, os Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI), da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, entre outros que não dependem da autorização do Congresso Nacional.
Para as empresas, provavelmente, fica a necessidade do repasse ao preço para seus produtos e serviços. E é nessa hora que a coisa complica para o setor de vendas. Afinal, vender depende de todo um processo elaborativo. O jogo do compra e vende tem que ser um jogo claro de ganha-ganha, no qual quem vende enxerga seus resultados positivos e quem compra fica satisfeito com a aquisição, principalmente, com a relação custo benefício. Nesse sentido, aumento repentino dos preços de produtos não ajuda em nada, pois prejudica essa relação.
Ano novo, vida nova e preços novos, ou melhor, maiores porque neles estarão embutidos impostos mais pesados. Sabe aquele produto que está namorando faz um tempão e que pretendia comprar com o 13º salário, ou ainda no ano que vem após liquidar algumas dívidas feitas com os presentes de Natal? Pois é, provavelmente, ele vai estar mais caro. Não dá para ser diferente. O governo faz suas mudanças, mas alguém (os brasileiros) tem que pagar a conta. É justo?
As empresas investem na melhoria dos produtos, formam equipes preparadas para vender e, de repente, por conta dos impostos, seus produtos e serviços passam a custar mais caro. Todo o planejamento estratégico da organização tem que ser revisto porque as metas traçadas serão mais difíceis de serem alcançadas. Haja coração para o vendedor.
E tudo isso porque o Ministério da Fazenda não tem em vista cortar despesas. Apenas prevê reduzir a meta de superávit fixada em 3,8 % do PIB ao ano. Entretanto, o repasse de dinheiro aos Estados e Municípios que certamente irá diminuir, não pode sofrer tantas reduções, e é por isso que a elevação das cargas de outros tributos tem que sofrer o aumento.
É fato que o fim da CPMF representa uma vitória. Pena que vem seguida de uma derrota com o repasse para as alíquotas de outros impostos. Porque é dessa maneira que o Brasil continua dando passos que incentivam a informalidade em nossa economia. E vamos andando assim, em círculos, tentando chegar a lugar nenhum.

Nenhum comentário: